quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Geração Y II

Geração Y

Semana passada escrevi sobre jovens que representam a Geração Y, alguns leitores mostraram-se curiosos sobre o que é realmente a Geração Y, por esse motivo, nessa semana, falarei um pouco mais com detalhes sobre a Geração Y.
Ter um filho exige do homem e da mulher uma profunda reflexão, visto que isso promoverá uma série de mudanças em suas vidas.
Exercer o papel de pai e mãe exige trabalho, a preparação para educar a criança começa já na gestação. Inicia-se ai um treinamento por parte desses futuros pais. Se os pais soubessem que educar seria uma tarefa tão árdua, talvez pensassem mais antes de terem seus filhos.
Somente após o nascimento da criança é que os pais começarão a ter uma imagem real de como ele é, pois se inicia a convivência entre eles e o mais novo membro da família.
As dúvidas sobre a melhor forma de educar aparecem, não existe curso que garanta esse sucesso, nem manual de instruções e nem sempre a experiência dos outros é uma ajuda. Portanto a educação certa é a que dá certo para cada filho, é a que o prepara para o futuro, para a vida em convivência com a sociedade, que o respeita, o considera que o ajuda a se reconhecer, se cuidar e preservar.
A maneira mais correta é buscar sempre soluções para a construção da relação pais e filhos considerando as diferentes realidades dos pais e dos filhos além de priorizar o jeito único de ser cada nova geração, principalmente a chamada Geração Y.
Nos dias de hoje, os grupos de amigos e meios de comunicação em massa exercem influência maior na atual geração, a na chamada Geração Y, do que na geração passada, a chamada Geração X(os nascidos entre os anos de 1960 e 1980). A realidade atual exige que as mães trabalhem fora cada vez mais em horário integral, logo as crianças passam mais tempo com outras crianças ligadas por meio eletrônico.
A Geração Y, nascida entre 1980 e 1999, tem esse nome devido a um fato curioso. Quando a antiga União Soviética exercia forte influência sobre países de regime comunista, chegava a definir a primeira letra dos nomes que deveriam ser dados aos bebês nascidos em determinado período. Nos anos 1980 e 1990 a letra principal era Y. Isso não teve influência no mundo ocidental capitalista, porém estudiosos adotaram essa letra para designar os jovens nascidos nesse período.
Esses jovens estão chegando agora ao mercado de trabalho, com características próprias fruto de um contexto social desenvolvido na década de 1980 para cá.
A primeira impressão que temos dos jovens da Geração Y é que estão diretamente associados às capacidades intelectuais. A primeira tendência é considerá-los mais capacitados do que fomos em nossa infância, a facilidade com que adquirem total intimidade com o computador e outros equipamentos é fantástica. Basta apresentar uma novidade e eles rapidamente dominam o equipamento dispensando completamente o uso de manual de instruções.
A tecnologia tem grande influência na educação dos jovens hoje. A TV deixou de ser o centro de interesse das crianças, mesmo com a ampliação do número de canais, deixou de ser a “babá eletrônica”, cedeu lugar para os games, que transformou amplamente a realidade e o cenário de desenvolvimento dos jovens da Geração Y.
Quando a Geração Y começou a nascer, o Atari já era um sistema em decadência e rapidamente foi substituído por games mais sofisticados. Um bom jogo de videogame deveria sempre proporcionar várias fases diferentes a seus jogadores. Cada uma das fases deveria conter um grau de dificuldade maior e apresentar um novo desafio estimulando o jogador a avançar para a próxima etapa com o objetivo de superar um desafio ainda mais complexo. O jogo também deveria ter um placar de recordes pelo qual o jogador pudesse comparar seu desempenho com outros competidores e isso era só o começo.
Com o advento da internet a informação tornou-se irrestrita e ilimitada, através dessa nova tecnologia o jovem teve sua fonte de conhecimento recompensada. Novos valores surgiram, novas verdades para a formação da mais complexa, assustadora e independente geração.
A dinâmica de vida dos últimos anos proporcionou um cenário favorável ao desenvolvimento acentuado da individualidade do jovem da Geração Y. Ao contrário da Geração X e as anteriores onde jogos e brincadeiras eram coletivos e viviam em residências onde precisavam compartilhar com pais e irmãos dormitórios, roupas, um único banheiro, um aparelho telefônico e uma TV no centro da sala, a Geração Y tende ao individualismo.
A decisão de focar cada vez mais a realização profissional, sob pretexto de proporcionar condições melhores que as vividas na própria infância, levaram aos pais por optarem por um número menor de filhos e buscar constantemente condições financeiras mais favoráveis. Assim grande parte dos jovens da Geração Y teve à sua disposição quartos individuais com todas as facilidades tecnológicas como TV, videogame, telefone, computador e internet, o que privilegiou uma ação individual e não coletiva gerando neles a necessidade de compartilhar parte de sua vida por meio de redes sociais.
A Geração Y é jovem, o que significa estar em fase de transição e consequentemente ser contraditória em suas atitudes e escolhas. O pior é que a referência e modelos apresentados por pais oscilam de forma radical. Existem pais superprotetores que fazem escolhas e assumem responsabilidades no lugar dos filhos, outros são omissos e ausentes por conta do trabalho e ainda há os que não assumem o papel de pais preferindo posicionarem-se como amigos. Passa a ser então, complexa a tarefa de fixar um modelo ao qual os jovens possam aspirar para a vida adulta. Tudo isso gera nessa geração um imaturidade.
Outra característica da Geração Y é o questionamento. Eles questionam sempre nos dando a impressão de que estão nos contestando ou desafiando. Na verdade quando isso acontece raramente estão questionando o conhecimento de pais, professores ou superiores, devemos lembrar que essa geração assumiu uma postura mais interativa na sua infância e se desenvolveu em um ambiente de constantes desafios, mesmo nos mais simples jogos de videogame. Para eles é muito importante a conexão com as coisas e as pessoas e como não foram diretamente afetados pelos rígidos padrões disciplinares de seus pais, não desenvolveram premissas e preconceitos a respeito das hierarquias estabelecidas. Questionar é uma forma de se conectar!
Vivemos em tempos de profundas transformações, os modelos estabelecidos nos séculos passados estão perdendo a eficácia, a Geração Y é a primeira que se desenvolve com absoluto foco em resultados (influência dos videogames em sua educação), portanto pais, professores e gestores devem demonstrar a eles qual é o resultado a ser alcançado estabelecendo indicadores confiáveis que permitam superar o desafio correto. Outro fator é a diferença de desempenho de cada jovem, nunca tentando nivelá-los pela média, buscando obter autoridade por meio de uma pretensa atitude de justiça, isso gera um nivelamento pela mediocridade. A geração Y não reage da mesma forma que as anteriores, os jovens são individualistas e sabem que apresentam resultados diferentes entre si e fazem questão de serem avaliados de forma diferenciada
As expectativas dos jovens da Geração Y são bem diferentes das gerações anteriores, eles esperam que lhes digam como estão indo com muita freqüência. Querem saber se têm possibilidade de alcançar mais resultados, pois caso contrário irão “abandonar o jogo” e partir para outro desafio.
Para pais, professores e gestores o caminho é produzir para eles modelos baseados em relacionamentos e resultados, assim temos que nos desprender de premissas de autoridade e poder que conhecemos e adotar uma postura de aprendizes, buscando um novo modelo de desenvolvimento pessoal baseado nos novos instrumentos que a atual tecnologia proporciona.
Quando optamos por sermos pais e mães aprendemos que os filhos completam nosso aprendizado construído ao longo da vida. A grande sabedoria que conquista esse papel é constatar que a educação dos filhos, além de ser um grande desafio, também é um grande aprendizado de amor.

Paula

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