terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vizinhos como não tê-los?

Olá caro leitor, esses dias estava pensando na minha vizinhança e fiquei muito feliz, pois tenho vizinhos maravilhosos. Nem todas as pessoas têm essa sorte, mudei-me para essa rua no começo do ano. Na verdade já morava no bairro e algumas pessoas já eram minhas conhecidas, mas mesmo assim morar ao lado é bem diferente. Consideramos vizinhos aqueles que moram perto de nós, mais pela proximidade geográfica do que pelos laços naturais de afinidade, simpatia, relacionamento. Assim costumamos identificá-los por vizinho da direita, da esquerda, da frente, dos fundos da esquina, do outro quarteirão. Alguns vemos pela manhã quando vamos botar o lixo para fora, varrer a calçada. –Bom dia!..Tudo bem?.. Será que chove hoje? É tudo que costumamos falar. Quando moramos em prédios esperar o elevador abrir a porta pode ser uma grande sacrifício, pois nem sempre nos esforçamos para ser cordial e gentil, ou estamos preparados para conviver com outros. Em condomínios, algumas cenas geram comportamentos diversos, já que você tem que respeitar algumas regras. Quem já não teve uma vizinha que sai às 5 da manhã em cima de um salto alto acordando você todos os dias, ou mesmo aquele vizinho ao lado que grita o dia todo, ou que não sabe controlar o volume do seu rádio e você acaba sendo obrigado a ouvir com ele a música. Enfim ser vizinho não é definitivamente estar perto de alguém que consideramos. Muito diferente de tempos passados, pois as visitas são raras e rápidas, e a prosa só é possível nos intervalos das novelas. Nas casas, as cadeiras nas calçadas, nas noites de verão, estão proibidas pelo receio de vandalismos e inconvenientes. A falta de um bom relacionamento entre vizinhos dificulta a prática de solidariedade e entristece o nosso viver, pois somos seres gregários por natureza. Devemos sempre lembrar que não estamos sós e, por isso, é bom avaliar se o que estamos fazendo pode desagradar o outro. Uma boa forma de fazer isso é nos colocarmos no lugar do outro. Tive sorte de encontrar vizinhos excelentes, parece mais uma reunião de família, vai além daquele “olá tudo bem?”. Aqui eles costumam bater em minha porta para dizer “Paula você está ai, está tudo bem? Não ouvi barulho seu hoje!” ou, “Vamos rezar o terço hoje na casa de fulano”. Que bom, a prática da boa vizinhança, da solidariedade ainda não morreu nos dias de hoje. Pena que isso não é mais tão habitual. Paula