quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bullyn

Bullying. Como lidar, na escola, com brincadeiras que machucam a alma?

O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Ainda não existe um termo equivalente em português, mas alguns psicólogos estudiosos do assunto o denominam violência moral, vitimização ou maltrato entre pares, já que se trata de um fenômeno em grupo em que a agressão acontece entre iguais, no caso estudantes.

O bullying é um problema mundial, não estando restrito a nenhum tipo mais específico de instituição primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana.



De que maneira os alunos se envolvem com o bullying? Quem são eles?

Estudos verificaram que existem diferentes maneiras de atuações sobre bulling com representações de papéis por cada aluno. Os chamados alvos são alunos que só sofrem o bullying; os alvos autores são os que ora sofrem, ora praticam o bullying; as testemunhas são os que não sofrem nem praticam bullying, mas convivem em um ambiente que isso ocorre. Analisando mais de perto cada um deles podemos traçar-lhes um perfil ficando assim:

Os autores são comumente indivíduos que têm pouca empatia, frequentemente pertencem a famílias desestruturadas com pouco relacionamento afetivo entre os seus. Seus pais não exercem uma supervisão sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos um comportamento agressivo ou explosivo. Quando adulto essa criança terá grandes possibilidades de adotar comportamentos anti-sociais ou violentos, atitudes delinquentes e criminais.

Os alvos pertencem a grupos que são prejudicados, que não dispõem de recursos, status ou habilidades para reagir ou fazer cessar atos danosos contra si. Normalmente são pouco sociáveis, inseguros, não solicitam ajudas, têm baixa auto-estima, são indiferentes para os adultos sobre seu sofrimento.

Desencadeia-se assim em seu comportamento um baixo desempenho escolar, recusa a ir à escola sintomatizando, inclusive, doenças. Essas crianças trocam de colégio frequentemente ou abandonam os estudos podendo levá-las à depressão estrema e suicídio.

As testemunhas são representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem a próxima vítima. Gera-se nesses indivíduos um sentimento de impotência influenciando negativamente sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.

Diversos pesquisadores em todo o mundo têm direcionado seus estudos para esse fenômeno que toma aspectos preocupantes, tanto pelo seu crescimento, quanto por atingir faixas etárias, cada vez mais baixas, relativas aos primeiros anos de escolaridade. Dados recentes apontam no sentido da sua disseminação por todas as classes sociais e uma tendência para um aumento rápido desse comportamento com o avanço da idade, da infância à adolescência. Sendo assim responsáveis, escola, pais, todos devem ficar alertas, atentos.

Como pais podem perceber que a agressividade de seu filho é ou não bullying?

Algumas crianças passam por situações na vida que a deixam fragilizadas e em decorrência disso tornam-se agressivas, na escola, como por exemplo, o nascimento de um bebê na família, separação de pais, perda de parentes. No entanto tudo isso aos poucos vai passando e tudo volta ao normal. Há casos que crianças apresentam uma agressividade não apenas transitória, mas permanente. Parecem sempre estar provocando situações de briga e motivos existem para essas crianças se tornarem agressores crônicos, possíveis autores de bullying, são eles: Porque foram mal acostumadas e por isso esperam que todo mundo faça todas as suas vontades e atenda sempre às suas ordens.;Gostam de experimentar a sensação de poder ; Não se sentem bem com outras crianças, tendo dificuldade de relacionamento; Sentem-se inseguras e inadequadas; Sofrem intimidações ou são tratados como bodes expiatórios em suas casas; Já foram vítimas de algum tipo de abuso; São freqüentemente humilhadas pelos adultos; Vivem sob constante e intensa pressão para que tenham sucesso em suas atividades.
Essas crianças precisam de ajuda especializada e principalmente de pais que lhe imponham limites e regras.

Os envolvidos, meninos e meninas, como agem cada um?

Entre os meninos é mais fácil identificar um possível autor de bullying, pois suas ações são mais expansivas e agressivas. Eles chutam, gritam, empurram, batem. São os fortões, os temíveis. Já no universo feminino, o problema se apresenta de forma mais velada. As manifestações entre elas podem ser fofoquinhas, boatos, olhares, sussurros, exclusão. As garotas raramente dizem por que fazem isso.

O bullying também pode ser praticado por meios eletrônicos. Mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulam por e-mails, sites, blogs, pages e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que a vítima não está cara a cara com o agressor, o que aumenta a crueldade dos comentários e ameaças.

E a escola, qual é o seu papel?

Na escola, quem mais sofre é sempre o que menos fala e por isso muitas vezes essa criança passa despercebida dos professores. Estar alerta, detectar e discutir imediatamente esse problema é o papel da escola. Assim diversas discussões entre os representantes da escola e professores devem gerar ações que envolvam pais, autoridades educacionais, funcionários e alunos, buscando definir com clareza o fenômeno e estabelecer diretrizes necessárias para o desenvolvimento de estratégias a serem executadas por todos.

Essas ações podem se dividir em etapas como, pesquisando a realidade (questionando os alunos sobre o assunto); parcerias (corpo docente, funcionários, pais, especialistas); formação de um grupo de trabalho (ações a serem priorizadas e táticas adotadas); ouvir opiniões (sugestões); definição de compromissos (grupo de trabalho); divulgar o tema (exposição do tema por cópias afixadas em diferentes lugares da escola); informação aos pais (reuniões sobre os objetivos).

A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade.

Paula

Um comentário:

  1. vlw,eu ñ sabia muito sobre isso + o professor da minha escola passou uma trabalho falando a respeito,e ao pesquisa vi que isso acontece em nosso dia a dia.
    e que nós devemos acabar com isso;que e uma grande besteira.afinal somos todos iguais.

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