quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vaso de Honra (Je 18-1:6)

Vivemos num mundo onde o que mais importa é ter. Em nossa geração cada vez mais comum a idéia que temos o direito de fazer o que nos agrada e isso não é da conta de ninguém.
Aquele que tem essa atitude para com os outros sem dúvida terá essa atitude também para com Deus. (Rm 9,19-21)
Há algum tempo atrás pensava eu ter uma impressão bem clara do que Deus queria fazer comigo. Hoje, percebo que estava longe disso, e a culpa é toda minha, pois, Deus não foi capaz de fazer de mim o que eu poderia ter sido, porque resisti ao seu poder e permiti que outras influências me moldassem em algo menos valioso. Pior ainda é quando Ele fala ao nosso coração e arrumamos mil desculpas para não atendê-lo, não ouvi-lo. Aquele que anda com Deus obedece, não questiona, simplesmente faz o que Ele pede.
Que o homem nada mais é do que o barro ninguém pode negar (não é?). Que há somente um oleiro que tem o domínio da verdadeira técnica para se fazer um vaso, mas não um vaso qualquer, e sim um vaso resistente que suporte os revezes da vida, ninguém pode negar também.
A profissão de oleiro é muito antiga e nela ainda nada mudou em nossos tempos. A matéria prima continua sendo o barro, a mesa e o torno, usados para conseguir a forma oca e ideal para os vasos. Na cidade de Susã, região do Oriente Médio a cerca de 4500 anos a.C. já se usava o torno, e depois o torno passou a ser usado também na Mesopotâmia.
Talvez você não saiba, mas existem cerca de duzentos tipos de barro na natureza. Alguns mais resistentes e outros menos, alguns mais claros e outros mais escuros alguns com mais liga e outros sem ou com menos liga, e sendo assim o verdadeiro oleiro deve ir a te o local onde se encontra o barro.
Somos todos vasos de Deus vasos de honra ou desonra. Saulo de Tarso era um vaso estragado enquanto resistia ao poder da palavra de Deus e "dava coices contra o aguilhão", mas quando ele perguntou trêmulo: "Senhor, o que queres que eu faça?" Deus o transformou num vaso de honra. Mas para que se nasça um verdadeiro vaso novo há de se levar em considerações os passos tomados pelo oleiro.
Após separar o barro da lama ele deverá passar por alguns processos indispensáveis para se fazer um lindo vaso. O primeiro processo é o amassamento do barro, pois ele traz impurezas do lodo, depois é colocado na roda ou torno e começa a girar a roda e com suas mãos vai apertando e moldando, dando forma. Assim acontece em nossas vidas quando Ele nos toca, é um processo dolorido, no começo ficamos confusos, algumas dúvidas começam a surgir, mas nada é fácil. As coisas vão acontecendo de dentro para fora, Ele vai apertando, apertando e as deformidades vão indo embora. Ás vezes quando achamos que está pronto o Oleiro nos lembra do último processo, o fogo.
O fogo tira o mau cheiro e fecha o processo de purificação. Esse fogo todos temos que ter em nossas vidas, é o fogo do Espírito Santo. Depois de deixar o vaso pelo tempo certo dentro da fornalha, o oleiro volta e retira o vaso dela e vê que agora ele está resistente e já não tem mais o mau cheiro do lodo e muito menos possui impurezas.
Agora é sua vez, Ele faz um vaso de cada vez, Ele trabalha um por um é um trabalho pessoal com atenção especial. Ele trabalha construtivamente, fazendo algo lindo que vale a pena fazer. Trabalha inteligentemente faz do seu barro algo que Ele já planeja há muito tempo, aquilo que você não consegue alcançar porque ele é o arquiteto.
É um trabalho de paciência, não é muito rápido porque é tudo muito delicado. É sua vez agora, aproveita, deixa arder em sua vida o fogo do Espírito Santo. Se o vaso não é de honra, o Mestre reúne as peças, cada uma delas, faz novamente a bola de barro e coloca na roda, e com o tempo e trabalho sairá um vaso mais bonito que o primeiro.
Você escolhe. Sempre é você quem escolhe...

Paula

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