quinta-feira, 12 de maio de 2011

Amar, um salto no escuro.

O amor, tema universal, se bem nos lembramos, na nossa adolescência, era nisso que pensávamos a maior parte do tempo. Ainda é assim também, para os adolescentes de hoje.
Escritores deixaram impresso para nosso deleite e saber, a marca desse sentimento em textos belos, trágicos, cômicos ou românticos. Revelar a todos que amamos, de uma maneira ou de outra é dizer que amar é muito especial e que o nosso coração está cheio dessa essência que com certeza vem de Deus.
Na Bíblia o coração tem um sentido mais amplo, porém, vou considerar somente aquilo que diz respeito à emotividade, ou seja, toda gama dos sentimentos que possam ser definidos com a palavra “coração”. Esses sentimentos não são fáceis de serem administrados racionalmente de modo à serem encaminhados e doados totalmente a Deus. Em geral tende-se a apegar-se a muitas coisas que não são de Deus.
A fé, segundo afirmou Morris West, é um salto no escuro para os braços de Deus! E é refletindo sobre esse salto de uma vida que me lembro dos missionários dedicados à vivência do amor à humanidade, como madre Tereza de Calcutá. Só assim é possível entender a imensidão desse projetar-se, rumo às fontes inesgotáveis da Providência. “Foi decisiva a capacidade de entrega, para que o servidor se despojasse dos fardos das posses efêmeras, a fim de trazer o alforje do amor carregado de boas novas aos doentes da alma.”
É necessária, então, a virtude da prudência, pois, devemos desapegar-nos de tudo que não é de Deus. Devemos entender que Deus deve ser amado acima de tudo, que devemos colocá-Lo em primeiro lugar em nossas vidas e com boa vontade procurarmos amá-Lo com todo o coração, com toda a mente e com todas as forças, por Seu amor e nada mais. Doar-se completamente leva-nos a toda uma vida sem saber o que nos espera, e por isso existe um medo em dar o salto, um salto no escuro.
Podemos nos perguntar: Mas eu já vivo somente por Deus e ainda devo doar tudo, tudo? Fazer exclusivamente tudo somente por Deus? Essa escolha fazemos sozinhos ela é puramente espiritual, justamente porque o seu motivo principal é o amor puro de Deus. E o perigo maior é de que depois de ter feito essa escolha possamos voltar atrás, também pode acontecer que uma pessoa nunca consiga dar esse passo, são pessoas boas, porém com defeitos, com apegos.
Deve-se mergulhar no amor de Deus, que mesmo sendo obscuro no início, depois será muito luminoso, sendo assim é necessário viver o momento presente, deve-se dar o primeiro passo agora e depois outros a cada momento presente que sucederá, muitas vezes serão necessários anos.
A prece é a ponte, a fé é o caminho, e os seres são os Instrumentos de Deus para a resposta. Ela pode vir através de uma boa idéia, ou junto à frustração de não recebê-la quando a gente quer, mas sim quando for necessária, segundo a lógica do Alto.
A atitude deve ser escolho Deus não por aquilo que sinto e nem pelos frutos que surgem dessa escolha, mas para amá-Lo por si mesmo, para responder com o meu amor pessoal ao Amor pessoal com o qual Ele me ama. Devo encontrar nessa união com Deus o motivo da minha existência, da minha vida diária.
Nesse relacionamento com Deus a pessoa torna-se verdadeiramente livre, e não fica mais condicionada, qualquer coisa que venha acontecer, dificuldades, calúnia, preocupação, amarguras não alteram a paz, pois se vive enxertado em Deus. E em Deus encontra-se a unidade interior, a alegria, a serenidade, que somente o amor de Deus pode dar.
A vida do espírito vai à frente de maneira silenciosa e misteriosa. Desse modo, através de passos e escolhas sucessivas de Deus, Ele toma posse da nossa vontade, da nossa inteligência, fantasia, memória, muitas vezes, isso acontece quando ele manda purificações que chegam através das doenças, pois, a presença de Deus deve crescer em nós e vencer sobre a inteligência e a fantasia, e chegar ao ponto em que o próprio Deus se apossa do nosso coração e o transforma segundo o Seu. Portanto, é um crescer contínuo em relação àquilo que São Paulo fala aos Gálatas ( 2,20) : “vivo mas não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.
Cada um deveria ter a curiosidade de saber a que chegou. O importante é que cada um siga a sua estrada onde Deus o colocou e viva com simplicidade e total fidelidade, com radicalidade e concretamente o Evangelho.
Não devemos ter medo de dar um salto no escuro porque Deus se encarrega de conduzir-nos adiante na vida espiritual.

Paula

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