quarta-feira, 30 de maio de 2012

Solta o Som....

Semana passada uma amiga postou no Facebook um desabafo de mãe, disse que deixou de ouvir seus CDs no carro porque alguém sugeriu que ela precisava atualizar-se. Sendo assim ela passou a ouvir as músicas nas rádios e sentiu-se envergonhada com as músicas que 90% das emissoras selecionam. Fiquei pensando nesse desabafo e resolvi escrever sobre isso, talvez assim quem sabe ela, eu e outras pessoas possam entender melhor o que acontece com a nossa musica brasileira. Com a chegada do séc. XXI, jovens manifestam-se de diferentes maneiras, por imagens e palavras propagadas pela música, pelos muros, indumentárias e adereços, telas de computadores, celulares etc. Mesmo assim a música sempre foi o veículo mais expressivo do pensamento e esteve presente na vida do ser humano, desde o mais primitivo dos tempos. Atualmente percebemos uma mudança no gosto dos jovens tanto pelas roupas, cabelos, como no estilo das músicas. Os jovens não gostam somente de um estilo de música, a concorrência é grande entre os vários estilos de músicas como sertanejo universitário, pagode, o ainda rock in rol, hoje mais hard rock e pop rock, música eletrônica, funk e rap. As músicas expressam sentimentos de amor, tristeza, protesto, mas atualmente vem nascendo uma ramificação da música brasileira que parece ter-se esquecido do humanismo, incutindo falsos valores na cabeça da juventude. As musicas que escutamos, e muitos insistem em chamá-las de música, trazem uma idéia desfigurada de nossos valores, são estilos completamente sem essência, como o “funk”, o “creu”, o “reboletion”, simplesmente não passam significância nenhuma e se por acaso passarem alguma coisa, com certeza, não é nada que acrescente algo positivo para nós. As letras empregam termos de baixo calão, incentivam o uso de drogas e violência, deturpando os valores e preceitos da música popular brasileira. Nessas músicas o foco é apenas o corpo, a carne, o contato, enfim, o sexo coisificado. A mulher é totalmente desvalorizada transformando-se em simples objeto de prazer, verdadeiras “cachorras”. O pior é que muitas mulheres produzem música assim, como Tati Quebra Barraco e outras. Que pena lutamos tanto para conquistar nosso lugar na sociedade com dignidade, direitos, mas fazer o quê existe contradição em todo lugar. A música brasileira tem sido esquecida, talvez nossos cantores não encontrem, aqui, em nosso país o reconhecimento, uma vez que adotamos quase tudo aquilo que vem de outros países, na maioria das vezes seguindo modismos. Esses ritmos novos que surgem são temporários, não permanecem, não sei se esses jovens terão boas coisas para recordar daqui há alguns anos. Por isso essas produções atuais não merecem ser designada de música, música é muito mais que Valeska Popozuda, MC Serginho. A maioria desses compositores têm a cabeça e a alma pequena, por isso não vale a pena admirá-los. Fica a dica para os jovens admiradores desses ritmos, vale a pena conhecer a MPB, musica cujos compositores têm alma e essência de viver porque enxergam com sonhos, com valores a vida. E como diz Fernando Pessoa “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Paula

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