sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Risco do Amor

O Risco do Amor é a Separação.

Não sei por que parei, para repensar a vida, entender o significado do significado da vida que todo mundo procura.
Lembrei-me do amor, uma complexidade, uma subjetividade nata à condição humana que os poetas cantam em versos sofredores e alegres, com rimas pobres e ricas em duetos e sonetos.
E os filósofos? Esses nem se fala!!!
Divagam pelos labirintos da mente, do saber, de tempos recuados da humanidade.
O mito de Eros, cupido para os romanos, em sua história apaixona-se por Psique e submete-se às mais difíceis provas e sentimentos, encontrando-se com a Inquietude e a Tristeza. Finalmente Zeus, atendendo aos apelos de Eros, liberta-o desses sofrimentos.
Segundo Sócrates “O amor é o desejo, em primeiro lugar, de alguma coisa; em segundo só de coisas que estejam faltando”. O amor “é capaz de desabrochar e viver, morrer e ressuscitar no mesmo dia. Come e bebe, dá e se derrama, sem nunca estar rico ou pobre.”
O risco de amar é a separação, até porque amar significa procurar o outro que nos completa, mais que isso, é o reconhecimento do outro, já que uma relação amorosa se fundamenta na reciprocidade, amar é desejar o desejo do outro.
Quando uma pessoa ama, de verdade, ela sai de si, é um exercício, uma conquista, uma construção da maturidade de sua identidade.
Será sempre um caminho de construção e reconstrução, de vínculos de espontaneidade.
O amor, se imaturo é exclusivista, possessivo, egoísta, dominador.
Respeito é a chave dourada dos corações enamorados é a capacidade de ver a pessoa como tal, reconhecendo sua individualidade singular. Assim se cresce individualmente. O amor maduro é livre e generoso.
Quando existe perda ela é sentida de forma intensa nesse momento. A pessoa precisa de um tempo para se reestruturar, pois mesmo quando consegue manter sua individualidade, “o tecido do seu ser passa inevitavelmente pelo ser do outro”. Há um período de luto a ser superado e quando superado, então, é buscado novo equilíbrio.
Voltei a lembrar-me de passagens de minha vida a fim de classificar as imperfeições de meus passos e percebi que, olhando no olho do meu rosto havia um mundo empobrecido não só nas relações entre duas pessoas, mas também um afrouxamento dos laços familiares, nos valores do mundo dos seres.
O mundo em que vivemos talvez seja um mundo de aparências, mas esse também é o mundo da atração do reencontro, da exaltação. E estamos plenamente imersos nele com nossos sofrimentos, felicidades e amores. Não experimentá-lo é evitar o sofrimento, mas também o gozo.
Segundo Tão-Te-Ching “a infelicidade caminha lado a lado com a felicidade; a felicidade dorme ao pé da infelicidade”.
Assim o grande risco do amor é a separação. Quem passa por isso sabe muito bem como é, mas deve saber também que ainda há muitas coisas boas por vir. É só esperar que tudo tem sua hora.

Paula

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