Vídeo Game Vilão ou Mocinho?
Muito comum pais e educadores criticarem o uso de vídeo games pelas crianças e adolescentes seja pelo conteúdo de violência, por afastar o jovem do ambiente social ou pelo aumento significativo de crianças obesas. Esses jovens terão consequências nos aspectos físicos emocionais, cognitivos e sociais já que estão em constantes mudanças nos aspectos fisiológicos e neuronais.
Como já foi comentado em artigo anterior, hoje nossos jovens dispõem de todo aparato tecnológico no seu próprio quarto, o que propicia todo um contexto de “conforto” oferecido por pais que pretendem salvaguardar seus filhos de situações diversas existentes em nossa sociedade atual.
Assim é importante lembrar que todo comportamento adquirido por jovens vem da educação dada pelos pais. Também é frequente lermos sobre a sedentarização de adultos que ficam horas sentados na frente da TV, sem atividade física, e hábitos alimentares impróprios. Esta inatividade e esses hábitos alimentares, com certeza, influenciam no comportamento dos filhos. É mais fácil telefonar para uma pizzaria do que ir até lá a pé, o aumento de opções que as tecnologias estão oferecendo para minimizar o gasto energético e tempo, está influenciando diretamente no comportamento dos adultos e jovens. Cada vez mais jovens vão valorizando o seu dia a dia como o de um adulto, por isso é fundamental a conscientização do adulto sobre seus hábitos.
E o vídeo game, pode ser um aliado ou um vilão na formação de nossos jovens?
O jogo é necessário para aguçar o nosso desenvolvimento intelectual e para que assimilemos melhor o contexto em que vivemos.
Entendemos também que o ensino que utiliza os diferentes meios lúdicos cria um ambiente mais atraente e estimulante para o desenvolvimento do jovem.
Para Piaget os jogos consistem numa simples assimilação funcional, num exercício das ações individuais já aprendidas gerando, ainda, um sentimento de prazer pela ação lúdica em si e pelo domínio sobre as ações. Portanto, os jogos têm dupla função: consolidar os esquemas já formados e dar prazer ou equilíbrio emocional à criança. Na concepção de Vygotsky, o lúdico influencia imensamente o desenvolvimento da criança, é através do jogo que a criança aprende a agir, a despertar sua curiosidade, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.
O vídeo game pode ser um aliado para melhorar a concentração, para estratégias de aprendizagem, no controle da ansiedade, entre outras habilidades cognitivas e emocionais. Tudo dependerá de como o videogame é utilizado pelo usuário.
Uma das revistas científicas mais conceituadas, a Nature mostrou que os novatos no videogame melhoram na atenção visual depois de 10 dias de treino, também melhorando a capacidade de orientação espacial e resolução temporal (Green & Bavelier, 2003).
Importante então é considerar os objetivos indiretos que o jogo pode favorecer ao jovem, como: memória (visual, auditiva, sinestésica); orientação temporal e espacial (em duas e três dimensões); coordenação motora viso manual (ampla e fina); percepção auditiva, percepção visual (tamanho, cor, detalhes, forma, posição, lateralidade, complementação), raciocínio lógico-matemático, expressão lingüística (oral e escrita), planejamento e organização. E isso é imprescindível que o educador tenha conhecimento sobre todos esses objetivos, pois dessa forma facilita ainda mais a interação aluno professor e torna o processo de ensino e aprendizagem mais eficiente. E, para uma utilização eficiente e completa de um jogo educativo é necessário realizar previamente uma avaliação consciente do mesmo, analisando tanto aspectos de qualidade de software como aspectos pedagógicos e fundamentalmente a situação anterior e posterior ao jogo que se deseja atingir.
Podemos perceber que levar um jogo digital ou eletrônico para o ambiente escolar é um instrumento que consequentemente propiciará uma forma de aprendizagem diferenciada e muito mais afetiva.
Aos pais fica a certeza de que deverão respeitar cada fase do desenvolvimento de seu filho, tornar-se flexível para acompanhar seu nível de amadurecimento, nunca deixar de impor regras e principalmente ser espelho de atitudes e comportamentos para seus filhos. Sendo assim poderão cumprir sua função educativa.
Paula
Oie!
ResponderExcluirVi esse seu artigo publicado no "O Imparcial". Fiquei impressionado com seu crescimento na mídia escrita. Bom, não tinha dúvidas de que você conseguiria isso.
Desejo-lhe muito sucesso. Fique com Deus...
bjos
(P.S.: Sabe qm é? manda mail...)
Obrigada!!
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