quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Limites????

A Família, a Escola e a TV

No século XIX a família desempenhava sua função de educar a qual os estudiosos chamam de função primária. Era sua função orientar, decidir pelas crianças, resguardá-las das atrocidades do mundo, criar modelos de atitudes corretas, enfim a família dava o primeiro passo na formação do futuro cidadão. Depois disso vinha a escola que desempenhava sua função também educadora chamada secundária fundada em seqüencialidade e hierarquia.
A proposta de educação, no século XIX, pelo Estado, tinha como finalidade a formação do cidadão que teve um caráter inovador baseado em: a) fundamento b) unidade c) finalidade. Conflitos sociais, políticos e econômicos acabaram por gerar um déficit na socialização e a nação e a democracia tornaram-se incapazes de gerar propostas educacionais. Assim as Instituições responsáveis pela educação foram atingidas (escola, igreja, família). Na verdade, o resultado bombástico dessa crise foi a perda da eficácia dos valores transmitidos e normas culturais de coesão social pela família e pela escola.
Os problemas hoje detectados pela diminuição do poder da socialização primária foram famílias com pais que têm uma conduta menos autoritária, a criança está a cada dia mais cedo fazendo suas escolhas, não há modelos preexistentes para a vida cotidiana, a imagem do mundo esta menos segura e mais instável.
Novos agentes de socialização então foram eleitos, como os meios de comunicação em massa e principalmente a TV. A TV não foi projetada como entidade encarregada da formação moral e cultural das pessoas, do contrário seu projeto supõe que essa formação já esteja adquirida.
A TV preconiza o desaparecimento da infância porque revela a sexualidade, a violência e a incapacidade do adulto para dirigir o mundo. A criança está só diante das mensagens que recebe sem a ajuda de um adulto para interpretá-las. Não há ninguém para estabelecer barreiras, transmitir segurança, definir um modelo para as futuras gerações.
O efeito da TV é pior que a violência que ela veicula porque a criança vê o mundo como ele é. Antigamente o acesso a essas informações só aconteciam sob o domínio do código da leitura e da escrita e as coisas iam sendo gradativamente reveladas às crianças conforme as fases da vida.
Hoje a informação adulta chega à criança, a TV não discrimina momentos ou seqüências na difusão da informação. Ver TV não requer habilidade nenhuma, ver TV não desenvolve habilidade nenhuma. A TV não diferencia a criança do adulto e acaba por infantilizar os adultos. Essas relações afetam a família e principalmente a escola, pois a TV enfraquece a curiosidade das crianças e a autoridade dos adultos. Chegam às escolas alunos cada vez mais diferentes que não conseguem aprender conteúdos de um modelo único ou diante da violência condutas com drogas e marginalidade e há aqueles que optam pela indiferença e menor dedicação de esforços ao trabalho escolar.
Paula

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