quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Vestibular


Vestibular


O vestibular é um fenômeno não tão novo, mas tem gerado muitos debates sobre sua importância para o desenvolvimento escolar de nossos alunos, pois ele é um processo intrínseco no seu cotidiano.
Exames preparatórios para cursos superiores existem no Brasil desde 1808. A partir de 1837 apenas alunos das escolas de elite poderiam fazer esses cursos. Em 1911 foi criada uma lei que obrigava a existência de um exame para o ingresso nos cursos superiores. Em 1915 as provas passaram a ser chamadas de vestibular, de acordo com o decreto n.11530. Nesta época a prova era dividida em duas etapas: uma escrita e uma oral. Permaneceu com esta estrutura até 1964, com a criação da Fundação Carlos Chagas as provas ganharam questões de múltipla escolha, e a correção passou a ser computadorizada nas universidades paulistas. A Faculdade de Medicina da USP foi pioneira neste processo.
Estar preparado para o vestibular não significa simplesmente que se encerrou uma etapa de vida, mas sim que houve resultado de uma longa trajetória na qual esteve presente esse objetivo. Essa dinâmica inicia-se muito cedo, logo no ensino fundamental II onde se começa a trilhar um caminho de articulações e diálogos entre os dois níveis de ensino. Tudo isso é uma questão de responsabilidade, pois de acordo com a LDB e Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio: A Educação Básica deve se preocupar em dar uma formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer meios para o prosseguimento no trabalho e nos estudos posteriores. O currículo do Ensino Médio deverá estar voltado para competências básicas, de caráter geral, dentre as quais é decisiva a capacidade de “aprender a aprender”.
Por lei a função do Ensino Médio é responsabilizar-se por essa preparação, assim seu conteúdo fica à mercê das Universidades, já que são elas que decidem o que deve cair no vestibular e os elaboram. Conteúdos extensos, cheios de informações muitas das vezes inadequados à faixa etária dos alunos. Por isso faz-se necessário um trabalho direcionado, da escola, desde o nível fundamental II até o Ensino Médio, para desenvolvimento de uma sequência de saberes eficazes e eficientes que contribuam para a aprovação do aluno no concurso vestibular.
Outra coisa importante é a escolha da profissão, alguns têm em mente o que pretendem outros nem desconfiam qual profissão querem seguir. Não é uma decisão fácil, mas a escola pode ajudar e deve ajudar com algumas atitudes de levar até os alunos informações constantes sobre profissões, não só no que diz respeito à mesma, mas, como está o mercado de trabalho, a faixa salarial para o profissional que a exerce, o campo de atuação profissional. Adquirir conhecimento sobre as diversas profissões e acima de tudo maturidade, apesar de ela ser uma questão pessoal, pode ser o grande diferencial para esse aluno fazer a escolha certa.
Foi noticiada, no mês passado, a aprovação dos alunos do 2ª série do ensino Médio de Goiânia, após conseguirem a pontuação necessária para a aprovação no vestibular, assim mais de 50 estudantes com o ensino médio incompleto matricularam-se na Pontifícia Universidade Católica de Goiás. No mesmo período mais de 470 candidatos foram convocados a fazerem matrícula na Universidade de São Paulo, mas não puderam efetuar a inscrição por não terem completado o Ensino Médio, tudo é muito confuso, pois a Lei de Diretrizes e Bases diz que o acesso aos níveis superiores se dá conforme a capacidade do aluno; o Ministério da Educação afirma que todo estudante deve cumprir os 200 dias letivos durante os três anos de Ensino Médio, para estar apto a prosseguir para o ensino superior.
Enquanto essa discussão vai longe o que importa mesmo é cumprir essa etapa em uma escola que prepare efetivamente o aluno para os processos de admissão nas Instituições de Ensino Superior, que seja capaz de fazê-lo projetar o seu futuro pensando o que deseja ser lá na frente, aonde quer chegar, afinal o curso superior é apenas um meio para se chegar ao futuro.
Paula

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